sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

the fighter + black swan

pequena retomada com filmes do oscar, vamos lá:

the fighter:

é um tanto quanto difícil fazer esses filmes com histórias reais esportivas que todo mundo sabe como vai acabar - o herói, os conflitos, as dificuldades, as lutas e a porra toda - e quanto o esporte central é boxe tudo fica ainda mais difícil pela overdose de exemplares existentes (porra, rola até uma confusão nos títulos - the wrestler, do aronofsky, sobre quem falaremos daqui a pouco, aliás, virou o lutador por aqui. e aí, pra não fazer outro o lutador no ano seguinte, esse aqui vira o vencedor. genial).

mas o que importa é que, apesar do clichezaço e do excesso de conflitos, david russell faz uma puta direção, aproximando a linguagem do filme do documental e das transmissões televisivas do boxe. o principal trunfo, porém, é o elenco sensacional, que apesar de ser encabeçado por um mark não mudo nunca nem mesmo o cabelo pra papel nenhum wahlberg, tem presenças fundamentais de amy adams, melissa leo e, sobretudo, um espetacular christian bale, se doando completamente pra um papel dificílimo e tendo uma atuação épica.

aliás, se eu fosse o mark wahlberg, ficaria com vergonha ao ver o filme e me comparar com o bale.

tem uma cena maravilhosa no meio do filme, com i started a joke, dos beegees (sim!), já desponta como candidata a cena do ano.

black swan:

o que eu curto pra caralho no aronofsky é ele é sempre audacioso, cheio de idéias e vai a fundo nelas. mesmo quando ele erra a mão completamente (fonte da vida manda lembranças), não dá pra dizer que ele não ousou e saiu dos clichês e padrões básicos de todas as áreas do cinema.

e o outro ponto fundamental é de maturidade - requiém para um sonho é um filme que eu realmente odeio com força por ser imaturo pra caralho, julgar e condenar seus personagens. em o lutador ele deixa isso pra trás, as coisas passam a ser naturais e o personagem aceito e respeitado pela direção, com aquele final sublime. aqui acho que rolou uma continuidade disso aí.

tenho alguns (ok, talvez muitos) problemas com a câmera do aronofsky, ela é sempre um pouco inquieta demais pra mim. o começo do filme não me convence muito, mas conforme vai rolando a transição, o filme cresce pra caralho. os quinze minutos finais são espetaculares, angustiantes, muito fortes e bem realizados.

mas é bom demais ver toda a ousadia e perfeccionismo estético, com todos os rolês da fotografia, das luzes e tudo o mais, encontrando a maturidade do aronofsky. ele virou um cineasta gente grande de verdade, e agora isso tende a ser cada vez melhor.

3 comentários:

  1. Não li o comentário sobre The fighter porque ainda não assisti e isso influenciaria minha opinião hauheuaha :D

    Mas uma coisa é verdade: os filmes do Aronofsky crescem pra caralho, pra caralho mesmo. Gosto da câmera e da ousadia dele, e ele ousou MUITO em Black Swan. O que eu acho mais foda nele é essa integração maravilhosa que ele faz entre a cena, trilha, detalhes, câmera. Torço pra Black Swan ganhar o Oscar (risos).

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  2. Velho, eu assisti esse Black Swan e achei bem meia-boca, a não ser pelos últimos 15 minutos aí como você tinha falado. Aí eu comecei a pensar cada vez mais no filme e tal...Sei lá, não saiu da minha cabeça. Hoje eu daria umas 4 estrelas pra ele, na real.

    Achei as oposições entre as "personalidades" da Natalie Portman meio toscas, acho que foi isso que me incomodou quando eu tava vendo. Ainda assim, as impressões positivas foram tomando conta da minha cabeça depois de uns dias...

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  3. aurélio, tá rolando mais um menos isso. achei o filme todo bem medíocre até a catarse toda do final, mas depois, foi crescendo pra caralho enquanto eu penso nele. mas não acho que vá chegar a status de obra-prima não, tem muita coisa que me incomoda, apesar de eu reconhecer bastante todos os méritos e gostar demais também de muita coisa.

    susana, ele ousa ainda mais no fonte da vida, e o resultado... hahaha.

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