terça-feira, 17 de agosto de 2010

inception

coloquei no twitter uma frase que me pareceu bastante adequada sobre inception: um grande nada cheio de tudo.

e a ironia toda é justamente eu começar esse post mencionando o twitter, rede social que teoricamente pede que você seja preciso, rápido, coeso no que for dizer. nenhuma enrolação, direto ao ponto, 140 caracteres. a impressão que eu tenho é que o christopher nolan nunca conseguiria ter um twitter - e este filme é uma confusão de raciocínios interminável. os assuntos se misturam, as sub-tramas se bagunçam, os dramas internos são esquecidos e depois relembrados com uma facilidade incrível.

não estou dizendo que um filme não pode ter sub-tramas, ser complexo, ter raciocínios longos, ser prolixo - sei que essa expressão parece deslocada aqui, mas me pareceu que cabia usá-la - afinal, meu cineasta preferido é jean-luc godard, praticamente o maior mestre do prolixes cinematográfico. mas a questão central é que nolan não consegue, ou talvez nem mesmo tenta, confeccionar esse ideário todo.

inception gera interesse em muitas formas, mas não se aprofunda em nenhuma. tem ali um personagem atormentado por culpa e pela memória, e em muitos momentos parece ser um filme sobre memória. tem mundos paralelos, discussões de sonhos, fantasia, efeitos especiais sensacionais. tem muitas sub-tramas, muitos caminhos a percorrer, muitos diálogos sobre todas as características mencionadas nesse parágrafo. infelizmente, tudo é um oceano de dispersão.