segunda-feira, 26 de outubro de 2009

mostra - dia 4












Águas Verdes, de Mariano de Rosa: Família vai viajar, problemas começam a acontecer e alguma situação limite se desenha durante férias que deveriam ser pura diversão e altas aventuras. Tenho certeza que já vi esse filme infinitas vezes. A situação limite aqui é a paranóia do patriarca da família em relação às pessoas que eles conhecem durante a viagem, um "outsider" viajante pelo mundo que passa a galantear a filha, menina de uns 15 anos, e um casal de lésbicas que faz amizade com a esposa. Pois bem. Digamos que o fator de absoluta irritação nesse filme é a falta de consistência dramática e construção psicológica dele. Os atos parecem jogados, sem conexão, a paranóia não é justificada em momento algum, não soando verossímil nem pelo roteiro, nem pela atuação. Acaba sendo uma experiência vazia, e que visualmente também não é das melhores. 1/4.

A Vida em Bloco, de Alfredo Hueck e Carlos Caridad: dois médias com a desculpa de serem estórias interligadas por um bloco de apartamentos pra estarem no mesmo filme e nada mais que isso. o primeiro é interessante, bastante bukowskiano, com um cidadão que vaga por bares, atrás de mulheres fáceis e bebidas, a noite toda. chega atrasado no trabalho sempre e tem uma barba gigante. o clima é todo legal, e o desenvolvimento agrada. mas não vai além disso, falta profundidade e algo que possa chamar melhor a atuação do espectador. o segundo é um completo desastre. não só o tema é bobo e incapaz de chegar perto de prender a atenção, como a estética é incrivelmente tosca, com fotografia de plástico e quadros fechados sempre numa linguagem muito televisiva. no mínimo, irritante. 1/4.

O Fantástico Sr. Raposo, de Wes Anderson: Anderson é um daqueles "cineastas de um tema só", e volta a ele aqui mais uma vez. A família, agora, é uma família de raposas, que vivem em uma árvore, cujo o pai, outrora ladrão de galhinhas, após anos como 'trabalhador sério', deseja voltar a ativa e praticar um último roubo. Desde o fato de ser uma animação, já se imagina um filme bem mais leve, e de fato é o que ocorre. É engraçado, com o humor típico de Anderson, mas não avança tanto no sarcasmo e na profundidade. Fica longe de ser um Royal Tenembaums, mas não tem intenção de ser, também. 2.5/4

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