Entre Dois Mundos, de Vimutkhi Jayasundara: Filme começa absolutamente excepcional, com imagens maravilhosas na tela, em planos muitíssimo bem construídos e dotados também de uma mise-en-scène impressionante. Dois planos em especial - o "alpinismo" e os rebeldes destruindo as televisões - Estão entre os melhores que já vi nessa mostra, se não forem os melhores. A consistência imagética se mantém até o final, com Jayasundara demonstrado ter total senso estético, mas o problema é que tematicamente o filme é vazio e não apresenta absolutamente nada que possa sustentar os planos infinitos e o ritmo lentíssimo que dominam toda a projeção. A dicotomia amor e morte é apresentada de uma forma já muito conhecida, e a poesia aqui não funciona muito. Fica a sensação que poderia ser uma obra-prima com um fundo mais elaborado. Uma pena. 2/4
Tokyo!, de Michel Gondry, Leos Carax e Joon-Ho Bong: Uma bobagem completa. Isso é o que define essa compilação de três estórias sobre a capital japonesa. A única que merece o mínimo destaque é a de Carax, sobre um homem que vive no esgoto e faz ataques terroristas à cidade, apelidado de Sr. Merde. O desenvolvimento as soluções visuais de Carax, porém, são estranhas demais. Bong não é nem de longe o cineasta de "O Hospedeiro" e de "Mother". Já pro Michel Gondry, só se pode falar uma coisa: Fique só nos videoclipes enquanto há tempo, por favor. 1/4
Independência, de Raya Martin: Belo filme do filipino Raya Martin, sobre uma família que se refugia da floresta pra se esconder da guerra civil. O preto-e-branco combina com o clima e é muito bem executado, o visual é delimitado de acordo com as intenções do cineasta, que conduz ainda algumas entradas deveras estranhas, como a informação sobre a chegada dos soldados norte-americanos, mas que acabam funcionando. Martin e Jayasundara, cineastas do programa de residência do festival de Cannes, demonstraram ambos muito talento, mas sem dúvidas o filme do filipino é superior ao do... (insira aqui a nacionalidade de quem nasceu no Sri Lanka). 3/4
srilankiano. se não for isso, deveria ser.
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